sábado, 28 de julho de 2012

Insonolenta


Quase como voltar no tempo, como quando iniciei na escola técnica. Quando inaugurei pedaços de um espaço inexistente, assim é a noite insonolenta.

Você nunca sabe o que te espera no próximo minuto. Um texto e uma música seriam bons acompanhantes dessa noite tranquila e calmante. Depois de perder no futebol (da sala de casa) pra uma moça que nem equipamentos têm para dizer-se jogadora, a noite não seria mais convidativa. Mas perder é uma face tão comum dessa vida que consegui encarar esse disparato de 10 (para a garota sem futebol) a 6 (para o boleiro de toda sexta-feira) como algo normal de um sábado qualquer.

Nesse dia de preguiça, notei que a novela ficou tão chata e repetitiva. Já não fazem mais vilãs como antigamente. Ligaram o looping há uns 20 capítulos atrás, e de rodopios a rotina dos meus dias de trabalho já tem muitos. O povo quer ver novidade, e ninguém liga se é pra ficar olhando por 2 horas pra dentro da caixa que alimenta e aliena as nossas ideias. Esse papo de TV e alienação é antigo, mas nunca sai de moda.

Bom, como disse: a noite é insonolenta. No fim de tudo, a gente acaba filosofando mesmo. Mas nada como uma boa música e um pouco de ideias no word para salvar alguns pensamentos peregrinos desse meu cérebro pensante.

John Coltrane e essas poucas palavras.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Uma Alexandria de reflexão


Nessa semana, assistindo ao filme Alexandria, a coisa mais evidente que pude notar é que o ser humano é o mesmo crápula há séculos. Passaram-se os milênios e a agonia pelo respeito é a mesma. Ou talvez, nós é que não aprendemos nada sobre isso desde lá atrás.

Apesar dos tempos “ultrantigos” e roupas super estranhas, o ignorante fascínio pelo poder continua destruindo e oprimindo os “sem voz”. E, se for o caso, o silêncio é tão mais significativo e faz muito mais sentido quanto duas horas, escutando alguém falar de si e de suas redomas. Ego, Egito e Egoísmo. 

Alguém aí precisa segurar isso.

Alexandria me fez pensar que o nosso relacionamento de ser humano é pesado desde o princípio. A cura (quem me dera resolver todos os problemas do mundo) não se trata de abandonar seus sentidos ou crenças para tornar essa relação mais leve, mas de apenas se “desarmar” por uns instantes [...] escutar e tentar compreender o que diz a outra pessoa. Aliás, essa outra pessoa é tão igual a todos. O que te faz ser melhor se quem controla o liga e desliga dessa vida não é você? Sem falar das muitas outras coisas incontroláveis que nos tornam em nada a qualquer momento dessa nossa caminhada.

Por isso, aquilo que te faz ser melhor que outros é momentâneo.
E alguém aí já se perguntou da onde apareceu esse senso de mais e melhor?
É engraçado, pois essa é uma questão que sempre estará vinculada a outra pessoa. Afinal, você só pode se achar melhor se houver um “pior”. E, bom, julgando.

O filme, não tão longe da realidade que não possa tocá-la, baseado em fatos reais (com uma licença romântica entre a filósofa Hipátia e um de seus escravos), acaba em guerra, destruição e no "santo louvor" à ignorância. Nada mais que uma cegueira; um ensaio, como o de Saramago.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O mundo é um grande Bule!


(enquanto escrevia, eu estava escutando um som muito bonito. Sem muita explicação, me fez voar nesse tema. Então, sugiro o mesmo pra sua leitura: voe!)

O materialismo tem tornado a realidade um grande bule. Minha mãe sempre fala que o meu avô dizia o seguinte: Bule é o lugar de por café [lê-se: pouca fé].

Porque é tão difícil acreditar no que não se vê? Veja bem, não falo de religião. Tenho a impressão de que o ser humano vive uma era materialista, na qual tudo o que é real é apenas aquilo que se vê (e bem visto!). Mas a estrada vai além do que se vê (Los)

Visto por muitos, o mundo há de se explicar. Tudo o que existe deve se explicar ou tende à explicação, inclusive o choro e o sorriso. Que loucura! 

Uma vez eu li que Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia (Aplausos para Shakspr!). Mistérios são Mistérios, e a maioria não se explica, se vive apenas.
Mas como somos todos racionais, pensamos muito com essa caixola aqui. Como deixar toda essa intelectualidade de lado pra viver algo improvável? 

Opa! Espera aí [...] Se você está disposto a viver alguma coisa, o que pode ser mais provável do que esse próprio viver? 

Pensa comigo: toda essa nossa “realidade” diária é verdade até que ponto? Por acaso algo te garante de que amanhã você não será o homem ou a mulher premiada pela promoção do Facebook? (tomara!) e que isso mudará completamente a sua vida, afinal, você foi premiada para ir de passeio a França com o seu amor. E a sua realidade já não será mais a de ir até a praia mais próxima no fim de semana, você irá a Paris!

Em fim, um minuto nessa vida é tempo suficiente pra tudo poder mudar! E pra isso, não existe razão.
Até que ponto ser racional significa encontrar a verdade nessa Terra e tentar achar respostas pra tudo? Já parou pra pensar que o conceito a que nos apegamos da palavra “racional” pode ser um grande devorador de sonhos.

E o amor, por exemplo? Como muitas outras irracionalidades da vida, o amor também não se explica, se vive; não é mesmo? Em partes.
 
Quando amamos, não existe um grande sentido. Apenas sentimos nosso coração ferver e aquilo parece consumir tudo o que somos. Mas o que te leva até esse ponto quente é o segredo.
Nós escolhemos tudo o que queremos viver. Escolhemos acreditar no amor ou decidimos pelo bule de “pouca fé”, como o que comentamos nas primeiras linhas.

Ou seja, escolhemos racionalizar, ou não. Em tudo nessa nossa caminhada. O fato é que, independentemente da nossa escolha, mistérios são mistérios. Eles existem e acontecem muito além do que se vê.

Todo mundo fala disso. Você mesmo é um grande mistério, já parou pra imaginar? Do nada brota uma perna, um braço e um cérebro que pensa em tudo?

Caramba! Isso é muito irracional pro meu gosto. Mas talvez você mesmo seja a maior prova de uma divindade e das não verdades desse mundo. Não deixe que a tua racionalidade acabe com os teus sonhos. Eu tenho uma música que diz o seguinte: “o caminho dessa Terra é vestido de máscaras e a verdade é miragem como chuva que passa.”

E pra terminar, perdão é algo totalmente irracional pra esse mundo. O que você acha de começar por aí?

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Uma ideia sobre os meus 28 anos

O que me parece depois de uma semana do meu 28º aniversário é que o mundo inteiro ficou mais distante. É como se os anos se comprimissem, mas ainda assim o mundo parece muito mais autêntico.

Acho que  conquistei mais pontos de percepção e as experiências vão se ligando, fazendo sentido como um quebra-cabeça mesmo. Mas não acho que a última peça seja a morte. Só porque não enxergo além dessa vida, não quer dizer que isso acabe por aqui. Bom, mas isso é uma outra histórial.

E quanto aos problemas? Bom [...] eles apenas trocaram de nome e hoje eu entendo por que a maioria das pessoas criam fantasias e máscaras. É a vida. Você não terá tudo, mas pode tentar e nessa a gente pinta a cara de qualquer coisa. Às vezes a gente acha que a vida vale muito mais a pena.
Nesses 28 anos eu sinto que a vida é mais real do que um filme e as intrigas não são tão fáceis de se resolver como antigamente, quando eu precisava apenas de um cantinho no colo da mãe. Nesses últimos tempos, descobri que quase nunca é fácil conversar com Deus e, com o tempo, perdoar pode se tornar uma das coisas mais difíceis da vida e, na minha opinião, aí está o mal de todos os males. 

Já dizia um provérbio: Guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
 
Quando me lembro dos meus dias de antigamente, o que me vem à cabeça é um único conceito: Liberdade.
Parece muito com aquela música do Lulu Santos, que diz: "Vamos viver tudo o que há pra viver. Vamos nos permitir."

Quase sempre essa música mexe muito comigo. É um grito de liberdade. Ser livre.

O que te faz livre?

Ser livre implica em ultrapassar limites, mas não isenta o respeito, a moral e o senso.
Sem essas condições a liberdade seria puro delírio, algo sem textura e noção. Liberdade sem noção de que ou de quem, tem outro nome, se chama insânia.
 
Essa ideia de liberdade pode ser encarada assim: Limites para passar e respeitar.


É preciso rever, mudar o que construí, pois a liberdade depende de limites.
Acho que a vida deve ser essa mesmo. Repensada. E nesses vinte e poucos anos, a ideia final é voltar a ter os primeiros princípios e ser livre das prisões de agora, a partir deles.