Nessa semana, assistindo ao filme Alexandria, a coisa mais evidente que pude notar é que o ser humano
é o mesmo crápula há séculos. Passaram-se os milênios e a agonia pelo respeito é a
mesma. Ou talvez, nós é que não aprendemos nada sobre isso desde lá atrás.
Apesar dos tempos “ultrantigos” e roupas super estranhas, o
ignorante fascínio pelo poder continua destruindo e oprimindo os “sem voz”. E,
se for o caso, o silêncio é tão mais significativo e faz muito mais sentido
quanto duas horas, escutando alguém falar de si e de suas redomas. Ego,
Egito e Egoísmo.
Alguém aí precisa segurar isso.
Alexandria me fez pensar que o nosso relacionamento de ser
humano é pesado desde o princípio. A cura (quem me dera resolver todos os
problemas do mundo) não se trata de abandonar seus sentidos ou crenças para
tornar essa relação mais leve, mas de apenas se “desarmar” por uns instantes
[...] escutar e tentar compreender o que diz a outra pessoa. Aliás, essa outra
pessoa é tão igual a todos. O que te faz ser melhor se quem controla o liga e
desliga dessa vida não é você? Sem falar das muitas outras coisas
incontroláveis que nos tornam em nada a qualquer momento dessa nossa caminhada.
Por isso, aquilo que te faz ser melhor que outros é momentâneo.
E alguém aí já se perguntou da onde apareceu esse senso de
mais e melhor?
É engraçado, pois essa é uma questão que sempre estará
vinculada a outra pessoa. Afinal, você só pode se achar melhor se houver um “pior”.
E, bom, julgando.
O filme, não tão longe da realidade que não possa tocá-la, baseado em fatos reais (com uma licença romântica
entre a filósofa Hipátia e um de seus escravos), acaba em guerra, destruição e no "santo louvor" à ignorância. Nada
mais que uma cegueira; um ensaio, como o de Saramago.