(enquanto escrevia, eu
estava escutando um som muito bonito. Sem muita explicação, me fez voar nesse
tema. Então, sugiro o mesmo pra sua leitura: voe!)
O materialismo tem tornado a realidade um grande bule. Minha
mãe sempre fala que o meu avô dizia o seguinte: Bule é o lugar de por café
[lê-se: pouca fé].
Porque é tão difícil acreditar no que não se vê? Veja bem,
não falo de religião. Tenho a impressão de que o ser humano vive uma era
materialista, na qual tudo o que é real é apenas aquilo que se vê (e bem
visto!). Mas a estrada vai além do que se
vê (Los).
Visto por muitos, o mundo há de se explicar. Tudo o que
existe deve se explicar ou tende à explicação, inclusive o choro e o sorriso. Que
loucura!
Uma vez eu li que Há
mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia (Aplausos
para Shakspr!). Mistérios são Mistérios, e a maioria não se explica, se
vive apenas.
Mas como somos todos racionais, pensamos muito com essa
caixola aqui. Como deixar toda essa intelectualidade de lado pra viver algo
improvável?
Opa! Espera aí [...] Se você está disposto a viver alguma
coisa, o que pode ser mais provável do que esse próprio viver?
Pensa comigo: toda essa nossa “realidade” diária é verdade
até que ponto? Por acaso algo te garante de que amanhã você não será o homem ou
a mulher premiada pela promoção do Facebook? (tomara!) e que isso mudará
completamente a sua vida, afinal, você foi premiada para ir de passeio a França
com o seu amor. E a sua realidade já não será mais a de ir até a praia mais
próxima no fim de semana, você irá a Paris!
Em fim, um minuto nessa vida é tempo suficiente pra tudo
poder mudar! E pra isso, não existe razão.
Até que ponto ser racional significa encontrar a verdade
nessa Terra e tentar achar respostas pra tudo? Já parou pra pensar que o
conceito a que nos apegamos da palavra “racional” pode ser um grande devorador
de sonhos.
E o amor, por exemplo? Como muitas outras irracionalidades
da vida, o amor também não se explica, se vive; não é mesmo? Em partes.
Quando amamos, não existe um grande sentido. Apenas sentimos nosso coração
ferver e aquilo parece consumir tudo o que somos. Mas o que te leva até esse
ponto quente é o segredo.
Nós escolhemos tudo o que queremos viver. Escolhemos
acreditar no amor ou decidimos pelo bule de “pouca fé”, como o que comentamos
nas primeiras linhas.
Ou seja, escolhemos racionalizar, ou não. Em tudo nessa
nossa caminhada. O fato é que, independentemente da nossa escolha, mistérios
são mistérios. Eles existem e acontecem muito além do que se vê.
Todo mundo fala disso. Você mesmo é um grande mistério, já
parou pra imaginar? Do nada brota uma perna, um braço e um cérebro que pensa em
tudo?
Caramba! Isso é muito irracional pro meu gosto. Mas talvez
você mesmo seja a maior prova de uma divindade e das não verdades desse mundo.
Não deixe que a tua racionalidade acabe com os teus sonhos. Eu tenho uma música
que diz o seguinte: “o caminho dessa Terra é vestido de máscaras e a verdade é
miragem como chuva que passa.”
E pra terminar, perdão é algo totalmente irracional pra esse
mundo. O que você acha de começar por aí?